Projetos são feitos em parceria com plataformas de fact-checking e redes sociais
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) desenvolveram projetos de combate à desinformação e discursos de ódio para garantir a segurança da disputa eleitoral de 2022. A chefe da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) do TSE, Mariana Musse, afirma que as instituições governamentais estão mais preparadas para evitar outro “boom” de fake news. Ela acredita que notícias falsas sobre a confiabilidade da urna eletrônica e possibilidade de invasão hacker serão as mais disseminadas.
De acordo com Mariana, os conteúdos falsos seguem um padrão de abordar um mesmo assunto de maneiras diferentes. A chefe da EJE explicou que as fake news são produzidas entre um a três anos antes das eleições com intuito de criar uma narrativa de desinformação. As redes sociais têm grande capacidade de compartilhamento e possibilitam que os conteúdos alcancem um público grande em pouco tempo.
– Acho que a eleição de 2022 será uma das mais polarizadas que já vimos. Com a polarização do ambiente eleitoral, as pessoas deixam de defender ideias e começam a seguir a lógica de que é preciso “destruir” quem pensa diferente. Nessa linha de raciocínio, acredito que os mecanismos de disseminação de desinformação, ou outros que não conhecemos, virão à tona - comentou.
Ela destacou três projetos que o TSE e o TRE desenvolveram para as eleições deste ano. Segundo Mariana, o objetivo é evitar a disseminação de fake news e criar ambientes confiáveis para a população se informar.
Frente Nacional de Enfrentamento à Desinformação
Mariana destacou que o TSE também organizou a Frente Nacional de Enfrentamento à Desinformação para as eleições deste ano. A frente é composta por autoridades, servidores, colaboradores e voluntários da Justiça Eleitoral do país, com orientação Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (AEED).
A chefe da Escola Judiciária comenta que é voluntária do projeto e, ainda este ano, vai receber treinamento para identificar informação falsa e para esclarecer a veracidade do conteúdo. De acordo com ela, é importante responder rápido e usar uma linguagem acessível na explicação.
Chatbot
O TSE desenvolveu o “BOT do Tribunal Superior Eleitoral” para a disputa eleitoral deste ano. A Inteligência Artificial (IA) responde dúvidas e informa o leitor sobre mensagens ou publicações falsas. Os usuários que cadastram o número também recebem notícias sobre a disputa eleitoral deste ano. Mariana explica que, às vezes, a população não tem tempo de checar as informações e o canal no Whatsapp é um mecanismo confiável de verificação. O número do chatbot é (61) 9637-1078.
Fato ou Boato
Desenvolvido em 2020, o “Fato ou Boato” funciona como uma plataforma de verificação de notícias. O projeto faz parte do Programa de Enfrentamento a Desinformação e tem parceria com Agência Lupa, Estadão Verifica, AFP, E-Farsas, Comprova, UOL, Aos Fatos, Fato ou Fake, Boatos.org e Justiça Eleitoral. Segundo Mariana, a checagem dos conteúdos é feita tanto na página oficial da plataforma quanto no Youtube dos canais oficiais.
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